Certamente, um dos tratamentos mais indicados hoje em dia para pessoas com autismo é a terapia ABA.
Você já ouviu falar nela?
Bom, se você ainda não conhece, ou conhece pouco, leia esse texto até o final porque é nele que vou contar as informações mais importantes sobre essa terapia tão incrível e de ótimos resultados.
O que é a Terapia ABA
Em primeiro lugar, deixa eu explicar para você de onde vem essa sigla ABA.
ABA vem do termo em inglês Applied Behavior Analysis, ou Análise do Comportamento Aplicada.
Portanto, mais do que uma terapia, ela é, na verdade, uma ciência, que tem como base o comportamento.
Quando surgiu a Terapia ABA
O início da Terapia ABA foi lá em 1930, quando B.F. Skinner iniciou os estudos do que chamamos de Behaviorismo.
Neste estudo Skinner tinha a teoria de que comportamentos precisam ser reforçados de forma positiva ou negativa, para que eles acontecessem com mais frequência ou não.
Então, entre 1950 e 1960 começaram a aplicar estudos para modificar o comportamento de algumas pessoas que precisavam disso, em especial, pessoas com problemas de desenvolvimento.
Isso tudo acontecia com o objetivo de melhorar as habilidades daqueles indivíduos.
Já na década de 60 e 70 a Análise do Comportamento Aplicada tomou força como um estudo individual e foram feitas mais intervenções com o método ABA.
Uma das primeiras pessoas a aplicar a ABA no campo do autismo foi o psicólogo Ivar Lovaas e teve resultados muito importantes com isso, em especial na comunicação dessas crianças.
Desde então a ABA só evoluiu e hoje é conhecida como uma das principais terapias para pessoas com autismo, mas também para outros transtornos comportamentais.
Tipos de ABA
Atualmente, a ABA se divide em duas: naturalista e estruturada.
ABA Naturalista
A ABA naturalista é conhecida também como ensino naturalístico.
Ela é uma das estratégias de ensino de habilidades dentro da ABA, na qual as intervenções no comportamento acontecem conforme a motivação da pessoa.
Ou seja, é através de momentos “naturais” que acontece a intervenção.
Para as crianças, por exemplo, pode acontecer durante uma brincadeira, na qual é inserido um comportamento reforçador de forma que ele não perceba diretamente, mas que trará resultado.
A ideia principal aqui é a de não criar um ambiente fechado para que aconteça essa intervenção e, assim, o processo aconteça de forma mais natural, se aproximando ao dia a dia daquela pessoa.
Para uma criança com autismo, por exemplo, uma atividade de brincadeira que exige uma interação social já é um reforçador de comportamento, mesmo que ela não perceba.
ABA estruturada
Ainda, temos também a ABA estruturada.
Nessa estratégia se controla mais o ambiente justamente por possuir uma estrutura por trás que organiza as intervenções.
Na prática, costuma-se usar objetos para a intervenção e ela acontece de forma mais direta.
Esse tipo de estratégia é mais “rígida” e, por vezes, há quem não goste.
No entanto, o que deve se compreender aqui é que cada pessoa reage de uma forma diferente para cada estratégia.
Então, para algumas, apesar de ser mais rígida, pode ser que se tenha mais resultado.
Por isso é que é tão importante o acompanhamento de um profissional especialista nesse assunto.
Assim, a principal diferença entre elas é justamente na forma de abordagem e de intervenção.
Quem dirá qual é a mais eficaz em cada caso é o profissional da área.
Como funciona uma sessão de ABA
De acordo com o que falamos antes, a ABA possui diferentes abordagens.
Portanto, a forma de colocá-la em prática vai depender da estratégia escolhida pelo profissional que acompanha aquela pessoa.
Contudo, a ideia principal de ambas é justamente intervir em alguns comportamentos, para que eles aconteçam com mais frequência ou diminuam.
Por exemplo, pessoas com autismo têm dificuldade de comunicação, principalmente em verbalizar algo que desejam.
Então, durante uma sessão de ABA se reforça um comportamento para que ela possa indicar o que quer, como a questão simples de apontar para o objeto que quer.
Nesse sentido, diversos são os comportamentos que a ABA é capaz de modificar, através dessas intervenções estratégicas de reforço. Isso vale não apenas para um comportamento acontecer, como também para deixar que ele aconteça.
Como é o caso de comportamentos que podem trazer inclusive dano físico ao indivíduo, no caso dos autistas com automutilação. Esse comportamento deve ser desincentivado com a intervenção de um outro comportamento que o ajude a se acalmar, por exemplo.
A forma com que isso vai acontecer depende da condição da pessoa, idade, formas de resposta, entre outros fatores.
Assim, a avaliação comportamental é fundamental para entender qual o melhor método para se seguir.
Principais características da terapia ABA
Por fim, trouxe aqui também as principais características da terapia ABA, para que você entenda de maneira geral como ela funciona:
- Individualização, ou seja, cada pessoa possui seu programa específico de ABA, de acordo com as suas necessidades individuais;
- Reforço Positivo, que se usa justamente para reforçar o acontecimento de um comportamento que se queira;
- Análise Funcional, para avaliação da função dos comportamentos que geram problemas, para, assim, implementar estratégias que tenham efeito;
- Medição e Avaliação, se usam dados para monitorar o desenvolvimento e a necessidade de ajustes ao longo do tratamento;
- Treinamento de Habilidades, pois o foco da ABA é justamente no ensino de habilidades sociais, de comunicação, para tarefas do dia a dia, etc.
Quem pode fazer a terapia ABA
Atualmente, o mais recomendado é que a terapia ABA seja aplicada por um psicólogo que tenha especialização na análise do comportamento, já que é uma ciência específica.
Então, esse profissional é indicado, pois entende de forma profunda as necessidades e as estratégias mais eficazes para cada caso.
Existem justamente os analistas de comportamento, que são os profissionais com maior conhecimento nessa área e, portanto, os mais indicados.
Se você quer saber mais sobre isso e como funciona essa terapia, entre em contato e conheça meu trabalho nessa área.
Meiriane Azeredo – CRP RS 07/26129