Atypical: o que é ou não real na série

Conheça a série Atypical com esse artigo da Meiriane Azeredo

Sumário

Imagine um adolescente com autismo, que é fascinado pela Antártica e por pinguins, descobrindo o mundo dos relacionamentos e tendo que conviver com conflitos familiares. Esse é um resumo bem pequeno da maravilhosa série da Netflix, Atypical.

Atypical é uma série da Netflix que estreou lá em 2017 e teve quatro temporadas, até 2021. 

Essa é uma série de drama, mas que com certeza vai te fazer rir em vários momentos.

A série conta a história de Sam, um jovem com autismo leve, que precisa encarar a rotina da vida de um adolescente, como qualquer outro, mas com os desafios que o autismo traz. 

Nesse sentido, a série buscou mostrar como situações simples para um adolescente normal podem ser muito difíceis quando se tem autismo.

Isso porque a adolescência por si só já é uma fase complicada, mas imagine como é para quem tem dificuldades de comunicação, de interações sociais, etc.

Certamente, todos esses aspectos foram trazidos de uma forma muito leve na série, mas também bem real, tanto é que as críticas foram todas positivas. 

Mas será que tudo que Sam passava é, de fato, o que uma pessoa com autismo passa?

É o que quero responder para você hoje com esse texto.

Então, hoje trouxe alguns pontos que foram abordados na série, para que você possa entender se é real ou não.

Hiperfoco

Em primeiro lugar, um dos principais pontos abordados no início de Atypical era o hiperfoco de Sam com pinguins e a Antártica.

Ele sabe tudo sobre os animais, como vivem, como se relaciona, inclusive compara situações da sua vida com a dos pinguins.

O hiperfoco é tanto que a decoração do quarto remete a isso e o passeio favorito dele é ir ao aquário da cidade.

De fato, o hiperfoco é sim uma característica do autismo, acomete cerca de 75% das pessoas com autismo.

Hiperfoco é justamente essa procura incessante sobre determinado assunto. 

Muitas pessoas com autismo têm dificuldades em encontrar algo para se conectar, mas quando encontram é bem provável que desenvolvam um hiperfoco. 

Dificuldade nos relacionamentos 

Em segundo lugar, um ponto bastante abordado na série era a dificuldade de Sam com relacionamentos.

Não apenas relacionamentos que o envolviam, mas entender isso em um contexto geral, um exemplo é que ele sempre ficava analisando o relacionamento da sua psicóloga.

A dificuldade maior para pessoas com autismo nesse ponto é entender como funciona um relacionamento, os limites dele, a comunicação que é necessária.

O Sam, por exemplo, queria muito encontrar uma namorada, mas por dificuldades de entender o que isso envolve acabou se “apaixonando” por sua psicóloga, pois era ela quem lhe orientava sobre isso.

Atypical mostra bem essa dificuldade, pois o Sam sequer sabia os limites de como se expressar nisso e do que pode ou não fazer, tanto é que fazia de tudo para agradar à psicóloga, mesmo que isso significasse invadir sua casa. 

Então, sim, a dificuldade em relacionamentos é real, não só em namoros, mas na família também. 

Desafios sensoriais 

Conheça a série Atypical com esse artigo da Meiriane Azeredo

Na série o Sam tem um problema bem grande com questões sensoriais.

Por exemplo, ele não consegue encostar as costas no banco do ônibus.

Outros momentos em que isso aparece é quando ele está comendo alguma coisa, que não gosta por conta da textura.

O desafio sensorial é bem grande para pessoas com autismo, porque encontram dificuldades em aceitar diferentes texturas, cheiros e sabores. 

Assim, a seletividade alimentar, de tecidos, de sons e odores é algo bem comum de acontecer.

Existem pessoas com autismo, por exemplo, que gostam apenas de alimentos líquidos, outras de apenas determinados tecidos de roupa.

Portanto, é real essa situação retratada. 

Reações fora de contexto

Algumas vezes na série o personagem principal reagindo de forma bem inesperada para determinados contextos.

Por exemplo, começar a rir muito alto no meio do ônibus, pois havia pensado em algo.

Isso pode acontecer, sim, com pessoas com autismo, justamente pela dificuldade em entender os momentos das interações sociais e a comunicação em determinados momentos.

É como se não entendessem o “timing” para cada atitude.

Da mesma forma, tem dificuldades de entender o sarcasmo, por exemplo, e não riem ao ouvir uma piada.

Influência do autismo no ambiente familiar

Por fim, uma questão abordada, mas que não envolve apenas o personagem principal, mas sim toda sua família, é sobre o impacto do diagnóstico e da rotina com uma pessoa com autismo na família toda.

Ao longo de Atypical são apresentados vários momentos em que se mostra como isso mudou aquele ambiente.

Tanto na relação de mais cuidado com o Sam e, com isso, a irmã se sente deixada de lado, quanto na relação dois pais que encontram dificuldades na forma de como cada um lida com a situação.

Certamente esse é um desafio bem grande para a família, pois precisa dar apoio a quem recebeu o diagnóstico e também saber inserir isso e lidar de uma maneira geral.

Portanto, é fundamental o acompanhamento da pessoa com autismo e também dos familiares envolvidos. 

Isso garante um desenvolvimento melhor e mais harmônico como um todo.

Se você procura atendimento especializado em autismo, entre em contato, será um prazer ajudar você nessa jornada. 

Instituto Meiriane Azeredo

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